segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Estônia viverá momento histórico em amistoso contra o Brasil


Da TV Globo, direto de Tallin, por Tino Marcos

Era uma manhã como poucas na quase sempre gelada Estônia. Sol, vinte e quatro graus e a seleção do país treinava para O jogo, com “O” maiúsculo mesmo, contra o Brasil na quarta-feira. Mas a fisionomia feliz do técnico Tarmo Ruutli (foto), que nesta terça-feira faz 55 anos, rapidamente virou angústia quando o assunto deixou de ser o futuro próximo. O passado incomoda. Ruutli foi um meia talentoso, o melhor do país, mas jamais defendeu a Estônia, porque a seleção local só voltou a existir há 17 anos, quando Ruutli era já um jogador aposentado. Os 52 anos de ocupação soviética tiraram dos estonianos até o direito de torcer pelo país (com o qual os gremistas têm alguma razão pra simpatizar: a bandeira é azul, preta e branca). “O futebol voltou a ser a maior paixão esportiva dos estonianos, mas nos tempos de União Soviética nosso futebol praticamente deixou de existir” disse Ruudle, que conseguiu um heroico empate sem gols com Portugal em um amistoso em junho. A Estônia ocupa a penúltima posição em seu grupo de eliminatórias para a Copa. Se é pequena a história do futebol estoniano, pequeno é também o estádio, com capacidade típica de ginásio: 10.500 torcedores e olhe lá. Curiosamente, o jogo festeja os cem anos da primeira partida de futebol disputada na Estônia. Uma história centenária e de poucas páginas. Quase todos os jogadores atuam em países próximos, como Finlândia, Noruega e Suécia. O zagueiro Ragnar Klavan é um dos orgulhos da torcida. Ele foi o primeiro estoniano a disputar um jogo da Liga dos Campeões. O defensor do AZ Alkmaar, da Holanda, espera não sofrer com os atacantes brasileiros. “Nosso objetivo é não deixar que a diferença de gols seja grande. O Brasil tem a melhor seleção do mundo e não vai ser fácil pra nós” disse Klavan. Enquanto um grande número de turistas passeava pela belíssima e milenar Tallin (Patrimônio Cultural da Humanidade), a seleção do país se prepara para um grande momento de sua história. A invasão de outro império, dos pentacampeões de futebol.

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